Introdução Alimentar: Um passo essencial para o desenvolvimento do teu bebé

A introdução alimentar (IA) marca o momento em que o bebé começa a experimentar novos sabores, texturas e alimentos para além do leite materno ou leite adaptado.
Quando começar a Introdução Alimentar?
Regra geral, inicia-se o mais próximo possivel dos 6 meses, altura em que o bebé demonstra sinais de prontidão — como conseguir manter a cabeça firme ou mostrar curiosidade por alimentos. Podes descobrir mais sobre os sinais de prontidão no meu artigo.
No entanto, cada família e cada bebé têm as suas particularidades. É por isso que ofereço um acompanhamento nutricional personalizado, com foco na evolução gradual, na prevenção de alergias e na promoção de bons hábitos alimentares para reduzir o risco de recusa ou seletividade mais tarde.
Fase 1 (6 meses aos 12 meses): Aproveitar janelas de oportunidade
- Janela de oportunidade imunológica: Nesta fase, o sistema imunitário do bebé está aberto a novas experiências com os alimentos, permitindo que, de forma controlada, se introduzam alérgenos. A exposição a alérgenos nesta fase ajuda o organismo a ganhar tolerancia, reduzindo o risco de desenvolver alergias mais tarde.
- Janela de oportunidade de mastigação: juntos evoluímos as texturas na alimentação do bebé para garantir que há uma progressão segura, com os estímulos necessários para a evolução da mastigação.
- Janela de oportunidade para criação dos hábitos alimentares: falamos dos alimentos mais interessantes e daqueles que não devem ser oferecidos nesta fase
Como funcionam as consultas nesta fase?
1.ª Consulta (5-6 meses)
- Primeiros alimentos e número de refeições: Como começar de forma segura e progressiva.
- Alérgenos: Quais devem ser introduzidos primeiro e em que quantidades.
- Escolha do método de IA: Desde purés e papas, baby-led weaning ou uma abordagem mais mista, sempre adaptando às rotinas da família.
2.ª Consulta (7 meses)
- Avaliação inicial: Como correu a introdução dos primeiros alimentos e alérgenos.
- Evolução no número de refeições
- Próximos passos com os alergénios
- Falamos sobre as melhores opções de papas, desde caseiras às comerciais
3.ª Consulta (9 meses)
- Ajuste do número e volume de refeições conforme alterações no desenvolvimento motor
- Ajuste no aporte de leite e alimentos
- Próximos passos com os alergénios
- Novos estímulos sensoriais através da alimentação
4.ª Consulta (12 meses)
- Ajuste das necessidades nutricionais: nesta fase as necessidades de cálcio aumentam bastante
- Aporte de lácteos: nesta fase as necessidades lácteas diminuem, dando espaço a mais alimentos e por isso surge um novo limite de ingestão de lácteos.
- Como e quando introduzir o sal: alimentos estratégicos a incluir e gestão das refeições familiares
- Alterações no padrão do crescimento: falamos sobre a fase da anorexia fisiológica do 2.º ano de vida – o que é expectável e quais os sinais de alarme
Fase 2 (12 meses aos 24 meses): Ajustes Nutricionais e Comportamentais
A partir do 1.º ano, o bebé entra num novo patamar de desenvolvimento motor e neurológico. Mantendo o foco na alimentação variada e equilibrada, também se trabalha a parte comportamental, reforçando a autonomia à mesa.
- Consulta aos 24 meses (se não houver necessidade de marcar consulta antes)
- Se houver dificuldades (alergias, recusa alimentar frequente, patologias ou necessidades específicas), podem ser necessárias consultas intermédias aos 15m ou 18m.
Pontos principais da Fase 2
1.ª Consulta (15 meses)
- Rever o volume de leite e a sua adequação.
- Estratégias para recusa e seletividade
- Ajustes no ambiente da refeição para promover mais interesse pelos alimentos.
2.ª Consulta (18 meses)
- Continuidade do trabalho iniciado nos 15 meses.
- Introdução de texturas que antes poderiam ser perigosas (dada a imaturidade motora).
- Não há grandes alterações nutricionais, mas a capacidade de mastigação e o desenvolvimento neurológico do bebé estão num novo patamar.
3.ª Consulta (24 meses)
- Momento crucial: passa a ser considerada “criança” e as necessidades nutricionais aumentam substancialmente.
- Ajuste dos hidratos de carbono e alimentos que contribuem para a força muscular.
- Fim da introdução alimentar: Como integrar alimentos como o açúcar, de forma consciente e sem exageros.
- Quais alimentos se devem continuar a evitar ou limitar por não serem recomendados nesta fase.
O que fazer se já existem sinais de recusa alimentar?
Caso o teu filho apresente recusa ou seletividade alimentar e ainda não estejas a ser acompanhado(a) por mim, podes agendar uma consulta específica para lidar com este problema. Nesta consulta, iremos:
- Identificar as causas da recusa
- Criar um plano para introduzir novos alimentos gradualmente
- Garantir a ingestão dos nutrientes essenciais
- Promover uma relação saudável com a comida, evitando pressões e frustrações.